segunda-feira, dezembro 07, 2009

Para o vagapara

Muitos sentimentos me invadiram. Era sábado e eu estava trabalhando. Depois de alguns meses acompanhando bem de perto a pesquisa dO Ciolo ( o O ta ganhando aqui) e de flertar com Lucas e de ver passear pela Casa Preta, Paula e seu Martini, Olga e um livro escrito como resultado das suas agonias, Jorge seus ternos e calcinhas, Vietra puta puta puta de calçolas e absorvertes e Bela sempre correndo de/para/em aventuras, eu vi tudo isso junto.
Compartilhar com o Vagapara e com seus colaboradores os resultados de suas respectivas pesquisas me fez ter certeza do privilégio de tê-los em meu circulo de afetos. Grandes artistas, comprometidos, responsáveis, coerentes que resolveram olhar bem para dentro e presentear a todos com questões tão importantes. Ali nasceram filhotes gerados das contradições, angustias, dores, prazeres, memórias, sonhos, encontros e desencontros...absolutamente pessoais mas facilmente reconhecidos como universais por olhares mais atentos.
Espero que estes sejam muitos, que as questões sejam espalhadas, que esses muitos olhares atentos também olhem para dentro, que esses muitos olhares atentos olhando pra dentro também possam parir questões que movimentem a máquina, que lubrifiquem os corações e mentes e quem sabe teremos amanhãs muito melhores.
E eu só queria dizer obrigados e que eu tô orgulhoso e feliz e que eu desejo vida longa e que sempre que der eu estacionarei em minha vaga para ficar perto de vocês.
Vos amo
Bjs e té

sábado, novembro 21, 2009

Casa comigo

Casa comigo que te faço a pessoa mais feliz do mundo
a mais linda, a mais amada, respeitada, cuidada...a mais bem comida...e a pessoa mais namorada do mundo e a mais casada
e a mais festas, viagens, jantares...
Casa comigo que te faço a pessoa mais realizada profissionalmente e a mais grávida e a mais mãe e a pessoa mais as primeiras discussões a pessoa mais novas brigas e as discussões de sempre.
Casa comigo que te faço a pessoa mais separada do mundo.
Te faço a pessoa mais solitária com um filho pra criar do mundo.
A pessoa mais foi ao fundo do poço e dá a volta por cima de todas.
A mais reconstruiu sua vida.
A mais conheceu uma nova pessoa, a mais se apaixonou novamente...
Casa comigo que te faço a pessoa mais “casa comigo que te faço a pessoa mais feliz do mundo".

(texto de regurgitofagia de Michel Melamed)

sábado, outubro 31, 2009

rádio oráculo

Woke up this morning
Singing an old, old Beatles song
We’re not that strong, my lord
You know we ain’t that strong
I hear my voice among others
In the break of day
Hey, brothers
Say, brothers
It’s a long long long long way

Os olhos da cobra verde
Hoje foi que arreparei
Se arreparasse a mais tempo
Não amava quem amei

Arrenego de quem diz
Que o nosso amor se acabou
Ele agora está mais firme
Do que quando começou

It's a long road

A água com areia brinca na beira do mar
A água passa e a areia fica no lugar

E se não tivesse o amor
E se não tivesse essa dor
E se não tivesse sofrer
E se não tivesse chorar
E se não tivesse o amor

No Abaeté tem uma lagoa escura
Arrodeada de areia branca

(caetano veloso)

fragmentos de um só - núcleo vagapara

a terra é um planeta,
o sol é uma estrela,
a lua é um satélite,
natural
e
o relógio marca a hora,
o tempo...a velocidade
a água enche o mar,
as meias aquecem meus pés,
o espelho reflete a imagem
ou
areia...grão
olho...visão
fumaça...cigarro
escuro...luz
chão...queda
tesoura...corte
corte ... unha
mãos... afago
tato...pele
o umbigo na barriga
cores
manha... arrepio
orelhas... brinco
orelha... arrepios
sexo...pele
ahappya
branco, preto,amarelo,verde,azul,rosa,vermelho,marrom
as cores
estudante, viajante, interprete, atleta, personagem, protagonista, sem vergonha, acrobata, artista
comum?
a criança, o carrasco, o monstro, a pessoa, o animal, o cadáver, a criatura, o gênio, o ídolo, o nó cego, o pé quente, o pivô, o individuo, o sujeito
sobre comum?
the history
the end

(fabio ferreira)
do solo de marcio nonato, ainda em construção, "castigo de luz acesa"

fragmentos de um só - núcleo vagapara

Só para falar de anjos, me deitei com o livro que um dia me deu.
Numa página quase branca, via-se o outro lado do vidro,
e um abajur
que deixa meu quarto azul
um pouco mais frio.
Em dias de chuva resolvo minha solidão com chá de camomila e um lápis de olho.
Lembro do silêncio que fiz, quando você falou da liberdade sem compromissos além do amor
de amar.
E do sorriso de canto de boca.
E da tua,
e da minha boca.
Descubro que nós, nós dois,
juntos,
já temos um passado.
E que o presente é circunstância do agora.
Penso que evolução não é progressão,
se relaciona melhor com transformação.
E que dois corpos juntos,
em suspensão,
só podem estar voando ou estão com tesão.
Você me diz sorrindo: Sonhe comigo.
E eu te respondo, como quem cuida dos olhos, que o meu vermelho e o seu azul é violeta.
Entre a lagarta e a borboleta.

Como quem voa pela primeira vez...
Como quem tem apenas um dia de vida...
Como quem descobre o silêncio....

Passamos a rolar.
Nós, nós dois, juntos.
O presente é circunstância do agora.
E eu só queria falar de anjos.

(lucas valentin)
do seu solo, ainda em construção, "um banquinho, um violão:serenatas de amor"

sábado, outubro 10, 2009

on the rocks

Dizem por aí que é preciso saber lidar com as frustrações.
Dizem por aí que só se frustra quem espera.
Dizem por aí que só se deseja o que não se tem.
Dizem por aí tantas coisas...
eu digo:
Coisa incrível a água!!
Arrasta, carrega, lava, limpa, afoga, sacia...
Se vier de um balde, bem gelada, pode até despertar o cabra.

terça-feira, setembro 29, 2009

Beagá

Nesses últimos dias voei pra longe e fiquei bem perto de amores...
amores novos e amores já estabelecidos.
Não chorei nem gargalhei nesses últimos dias.
Não sei o quanto da minha comoção estava visível aos olhos alheios
Sei do seu tamanho aqui dentro. Eu senti.
...nesses últimos dias eu me arrepiei, tremi, emudeci, disparei a falar...
...abalado, enternecido, apaixonado, agradecido...
um menino em contato com manifestações de viva sensibilidade,
apto ao deslumbramento.
Pessoas, gestos, palavras, imagens... tudo isso me comove, tudo isso me afeta.

Tiago, Marina, Chicão e Tony
Obrigado por me acolher

sexta-feira, setembro 18, 2009

ensaio

completamente louca
ela discursa
repulsivamente atraente
brilha tudo em preto e branco
escancara o fato de esconder
de esconder-se
e ouço
atentamente
cada esfregar de mãos
colares,anel
e aquele sorriso triste
me leva pra longe

http://www.youtube.com/watch?v=aHoBvW16q78

segunda-feira, agosto 31, 2009

Amor

Leve, como leve pluma
Muito leve, leve pousa.
Muito leve, leve pousa.

Na simples e suave coisa
Suave coisa nenhuma
Suave coisa nenhuma.

Sombra, silêncio ou espuma.
Nuvem azul
Que arrefece.

Simples e suave coisa
Suave coisa nenhuma.
Que em mim amadurece

João Ricardo - João Apolinário

terça-feira, agosto 11, 2009

??????

Um cafuné. Feijão e fumaça. Fumaça e feijão. Chocolate. Brisa. Pau de chuva ou a própria chuva. Cobertor ou Ventilador no tempo certo. Uma cantiga de ninar para alguém cansado. REDE... Uma dessas sutilezas entorpecentes para alguém que esteve exposto ao sol, ao mar, ao céu e que depois de toda a briga e a exaustão precisa estar desperto para seguir viagem.


“Perversidade é um mito inventado por gente boa para explicar o que os outros têm de curiosamente atrativo.”
Oscar Wilde

sábado, agosto 01, 2009

substituição do que seria Boomerang

Tudo que se acende apaga
Tudo que está dentro sai
Tudo que sobe desce
E tudo se encaixa

Tudo que se perde ganha
Tudo que levanta cai
Tudo que bate apanha
E tudo se encaixa

Tudo que se lembra esquece
Tudo que volta vai
Tudo que é triste alegre
E tudo se encaixa

Tudo que é feio é belo
Tudo que é filho é pai
Tudo martelo e prego
E tudo se encaixa

TUDO by John

sexta-feira, julho 24, 2009

rádio oráculo



Certos dias, de chuva, nem é bom sair de casa, agitar
É melhor dormir...
Se você tentou e não aconteceu
Valeu!
Infelizmente nem tudo é exatamente como a gente quer...

As pessoas sempre têm chance de jogar de novo e errar
Ver o que convém, receber alguém no seu coração
Ou não!
Infelizmente nem tudo é exatamente como a gente quer...
Deixa chover....

Guilherme Arantes

sexta-feira, julho 17, 2009

segunda-feira, julho 13, 2009

"Nota" ou "Ainda (palavra de ordem)"


Mais uma tentativa frustrada...minhas pimenteiras morreram outra vez...cuidei, reguei, até amei, mas elas adoeceram ainda assim...tempo de reflexão e pesquisa...eu quero pimenteiras e as terei, vivas, belas e produtivas...creio que preciso de adubo e tempo bom pra mais uma vez semear e esperar que cresçam belas e produtivas. Hoje ainda não. Daqui do canto dos maus hábitos, olho pro seus talos já sem folhas, secando, e lembro da vida que houve ali, da expectativa que plantei ali...um velório..de pimenteiras...ainda preciso perder a esperança, ainda preciso ter certeza de que elas não ressuscitarão, embora isso já me pareça óbvio...nesse caso a morte não exige um enterro...e quando for a hora eu as arrancarei da terra. Hoje, ainda, não é possível.

sábado, julho 11, 2009

desejo, necessidade, vontade...

Muitos sentimentos se misturam como tinta jogada na tela
Pintura abstrata,
cores fortes
dores fortes e alegrias intermitentes
um quadro geral quase comum
e eu...
nem aptidão, nem paredes
ou antes o contrário?

domingo, julho 05, 2009

Dom Quixote e Sancho Pança

-Lembrança sugere passado e eu quero estar presente
- o passado é um grande presente
-Pensar no pior, se vier o melhor é lucro
uma estratégia que meu cérebro usa a minha revelia
pra me proteger

-mas se a razão impera a coisa deixa de ser mágica!
-como eu disse
a minha revelia...
tenho medo de deixar a cabeça inflar como um balão de gás e sair voando por aí
a queda das nuvens deve ser bem dolorosa
então enterro meus pés no chão
e claro que isso tem suas desvantagens

-não precisa ter medo de voar
-a paisagem deve ser bem bonita lá de cima
-não é a dor da trombada com o chão, mas a leveza de estar no céu ...a visão do alto

(Lipe e Tadeu. Culpados por este post)

sábado, julho 04, 2009

Pensando Drummond

Apesar das pedras o caminho é longo e precisa ser trilhado
Quando se ama a beleza há de se ver beleza também nas pedras
Esmeraldas
Águas marinhas
Diamantes
Rubis
Safiras
Topázios
Ametistas
Preciosas pedras
Sigamos pois.......................................o..........o....................oo..................

quarta-feira, julho 01, 2009

redescobrindo Roberto

Olha você tem todas as coisas
Que um dia eu sonhei prá mim
A cabeça cheia de problemas
Não me importo, eu gosto mesmo assim
Tem os olhos cheios de esperança
De uma cor que mais ninguém possui
Me traz meu passado e as lembranças
Coisas que eu quis ser e não fui
Olha você vive tão distante
Muito além do que eu posso ter
E eu que sempre fui tão inconstante
Te juro, meu amor, agora é prá valer
Olha, vem comigo aonde eu for
Seja minha amante, meu amor
Vem seguir comigo o meu caminho
E viver a vida só de amor

Roberto e Erasmos (Carlos)

Do eu Roberto agradecendo ao meu irmão tb Roberto por ter me convencido a ouvir tanto Roberto

sexta-feira, junho 19, 2009

Eternalizar

Quando você constrói um castelo de areia, sabendo exatamente o quão frágil ele é, não deve esperar perenidade. São bonitos os castelos de areia e por isso eu digo: faça assim mesmo...e tire fotos. Elas certamente não terão o cheiro do mar, nem aquela textura, mas guardarão de maneira relativamente palpável o momento. Independente do tempo em que ele se mantiver de pé você terá uma prova.
Ou chame um transeunte, que seja, para ver. Observe o olhar dele profundamente e verá o seu próprio reflexo, uma espécie de foto, também efêmera, que mostrará seu semblante feliz, quase infantil.
A beleza merece ser testemunhada, digo compartilhada.
Mas é importante lembrar-se sempre que há bastante areia, incontáveis grãos amantes das estrelas e muitos castelos podem ser construídos, tão belos, ou não, maiores, ou não, em diversas praias ou longe delas. Pq não? Guarde as fotos, todas, e quando tirá-las daquela caixa, suspire, tente lembrar o cheiro do mar, a textura, o olhar encantado do transeunte. Talvez você sinta quase tudo outra vez. Se havia beleza no castelo haverá beleza na foto.

terça-feira, junho 16, 2009

assim seja

Envelhecer é ter a oportunidade de aprender, de melhorar...

segunda-feira, junho 15, 2009

confissão

quandoaquelecheirobomtãoesperadoestágrudadonapeleeaqueletoquetãobomtãoesperadoviracoloeaquelecalorqueaqueceocorpoeaalmaeétãobomtãoesperadoarrepiaetodosossonscontinuamvibrandoeétãobomépossívelsentirumgostocadavezmaisdoceeeuesperodavidaodoceéinevitávelquererabrirosolhosaoacordareverocéuazultodososdias

quinta-feira, junho 04, 2009

de volta

Nem sempre se tem o que dizer...
Nem sempre se quer dizer o que se tem pra dizer...
Nem sempre se sabe fazê-lo...
Sentir, entretanto, é inevitável.
Às vezes estrutura...
Às vezes caos...
Às vezes morno, brisa, paz...
Outras tantas turbilhão, asfixia...
Quase sempre dúvida de quem não quer dívida....
Em busca de verdades certo de que elas não existem.

sábado, maio 09, 2009

pdv (mais uma versão)

Na cidade uma rua.
Na rua uma casa, um quintal.
No quintal um poço.
No poço água e sal.

sábado, maio 02, 2009

processo deslocado e vão

Há dias uma espécie de angústia insiste em rondar a minha casa. Talvez ela já estivesse por perto, discreta, escondida nos meses que se passaram, nos anos que se passaram. É possível e até provável que sua presença já tenha sido notada antes. Uma, duas, quarenta e oito vezes. Apenas sombras, vultos na memória. Daqui de onde estou, se tento apelar para as lembranças ou observar o seu legado, parecem insignificantes. Certo é que agora ela se mostra despudorada. Abdica da sombra e se exibe vaidosa. Suponho que ela tenha se cansado de ser ignorada e finalmente percebeu que é preciso mais vigor para penetrar em paredes tão reforçadas, planejadas a partir de técnicas sofisticadas de engenharia, censura, arquitetura, psicanálise, medo, paralisia, candomblé e carnaval. Tudo isso, todo esse planejamento, feito por mim, com muito rigor e com a valorosa colaboração de alguns outros especialistas orgulhosos ou não dos seu respectivos cursos por correspondência. Todos nós, juntos, num esforço necessário de reforçar paredes, inventamos um projeto.
Hoje, seqüência lógica daqueles dias, meses, anos que se passaram, admito, ao ver as rachaduras, falhas no cálculo. E é exatamente atravessando, os poros, as fendas, as falhas, que a invasão acontece. Ela, aquela espécie de angústia, além de se instalar confortavelmente, toca castanholas no meu ouvido, canta desafinado, sapateia, tira a roupa num espetáculo dantesco, passeia sem constrangimentos por todos os cômodos. Tenho acompanhado sua estada, vigiado cada passo, cuidado para que ela não se sinta dona, contudo tenho sido um anfitrião razoavelmente cortês. Já que ela está aqui e ainda não decidiu quanto tempo permanecerá, venho tentando uma aproximação pacífica. Estou intrigado e quero respostas. Talvez, justamente ela, me ensine a reforçar as paredes ou me convença a derrubá-las. Sim, isso também é possível.
Ouvi histórias diversas a respeito desse tema, experiências interessantíssimas. Gente que não se preocupa com paredes. Moradores de casas tão amplas que seriam incapazes de notar a presença de qualquer das espécies. Mesmo as das mais audaciosas, que tocam castanholas, sapateiam e que usam sua escova de dente.
Relatos ocasionais dão conta de identificar outro tipo de gente. Aquele tipo que ao perceber a presença de alguma coisa semelhante a isso que tento descrever, não deixa que entre. Parede erguida. Posição de ataque. Observa a visitante inimiga, calcula a distância segura e num golpe, num único golpe, desintegra a estranha. Não se sabe de que matéria foram feitas essas casas, a espessura das paredes, qual o golpe desferido, muito menos a distância segura. Nenhuma garantia de que a espécie em questão estivesse preparada para o combate ou de que era de fato inimiga. Não lhe asseguro de que essa seja uma história verdadeira. Ninguém até hoje conseguiu me convencer. Não conheci nenhum representante dessa gente. Ninguém que tenha repetido o feito. Se é que foi feito.
Em compensação, as experiências interessantíssimas mais comuns, são as de uma gente que rejeita, briga, desfere muitos golpes, muitos mesmo, de yoga, de lícitos e de ilícitos, de lâmina e de asas, de verbo, muito verbo, de cooper, de circo, de mestre, e que mesmo assim, muitas vezes exaustos, recebem a visita e passam a ser reféns da tal.
Não quero cansar e sei que descansar é um risco.
Dentro daquela proposta de paz e de cortesia, alimento aquela coisa, a espécie de angustiazinha, com esses pensamentos que dão margem, com essas vontades/quereres que dão margem. Então insisto no fato de estar intrigado e querer respostas. Faço muitas perguntas, duvido das conclusões, permaneço circulando, rodando, voltando, ração e mais ração. Depois de farta, a coisinha espécie angustiante cochila.
Fantástica descoberta. A espécie que me visita e me invade cochila e me dá tempo para descobrir um novo golpe, para levantar ou derrubar algumas paredes. Cálculos, planos,projetos. Ela vai acordar, sapatear, gritar desafinado. Talvez mais frágil, ou antes o contrário. E quando isso acontecer, e eu não faço idéia de quando isso acontecerá, puxo ar e convido para tomar um café.
Mais uma vez, a quadragésima nona ao que parece, pacientemente se for possível, tentarei entendê-la.
Quem sabe um dia....

segunda-feira, abril 27, 2009

Depois de dias chuvosos
em que a variação do cinza prevalecia
O sol está de volta...
O azul está de volta...
Aquele azul que não sai do pensamento,
que faz o dia mais bonito...
Ainda que ele não esteja ao alcance das mãos
preenche o horizonte...o meu horizonte.

quinta-feira, abril 23, 2009

Salve Jorge!!!!


Eu estou vestido com as roupas e as armas de Jorge
Para que meus inimigos tenham mãos e não me toquem, tenham pés e não me alcacem, tenham olhos e não me vejam
E nem mesmo o pensamento eles possam ter para me fazeram mal
Armas de fogo meu corpo não alcançarão
Facas e espadas se quebrem sem o meu corpo tocar
Cordas e correntes se arrebentem sem o meu corpo amarrar
pois eu estou vestido com as roupas e as armas de Jorge

terça-feira, abril 21, 2009

Pequenas Epifanias

..."Há alguns dias, Deus - ou isso que chamamos assim, tão descuidadamente, de Deus -, enviou-me certo presente ambíguo: uma possibilidade de amor. Ou disso que chamamos, também com descuido e alguma pressa, de amor. E você sabe a que me refiro. Antes que pudesse me assustar e, depois do susto, hesitar entre ir ou não ir, querer ou não querer - eu já estava lá dentro. E estar dentro daquilo era bom"...
..."Era isso - aquela outra vida, inesperadamente misturada à minha, olhando a minha vida opaca com os mesmos olhos atentos que eu a olhava: uma pequena epifania. Em seguida vieram o tempo, a distância, a poeira soprando. Mas eu trouxe de lá a memória de qualquer coisa macia que tem me alimentado nestes dias seguintes de ausência e fome. Sobretudo à noite, aos domingos"

Caio Fernando Abreu

sábado, abril 11, 2009

"O resto é Silêncio"

Cena II, Ato V (Hamlet)

terça-feira, abril 07, 2009

birra


sou uma criança e
afastaram de mim o doce...
planos para o futuro:
ainda terei a fantástica fábrica de chocolates

segunda-feira, abril 06, 2009

diariamente


"Para brincar na gangorra: dois"
Nando Reis

sexta-feira, março 20, 2009

Sala de estar

As pimenteiras estão crescendo outra vez, agora duas (tive de matar a estranha)
Penélope continua lá e nunca me encara
Sofá
Maçãs
Almofadas de muitas cores
Um violão quase inútil
A mochila de sempre
Um novo varal, provisório, presentes de um amor, esperando presentes de outro
Bacias que guardam tudo...
Restos da noite de ontem ou do dia de hoje
Espelhos e mais cores
E o velho canto dos maus hábitos, das expectativas, das angústias, de saudade das longas conversas
E o velho canto de observar o tempo, de passar o tempo, de gastar o tempo, de brigar com o tempo
O velho canto de onde eu olho pra fora e ainda mais pra dentro
Canto de compartilhar com os queridos e de ficar só comigo
Canto de escrever e de tomar café

sexta-feira, março 13, 2009

1372 km

considerando o óbvio percebi um contra-senso
meu corpo tem vagado mais que a minha mente...
...esta parece ter fixado morada
...esta insiste em trilhar aquele mesmo caminho
...esta acredita que pode alimentar meu corpo com pão de queijo
confiando na mente quero experimentar a dieta
certo de que o corpo não vai reclamar
certo de que mereço sobremesa
(ainda me lambuzo de doce de leite)

quarta-feira, março 11, 2009

...

você pode não acreditar nisto
mas há as pessoas
que passam pela vida com
muito pouca
fricção de angústia.

eles se vestem bem, dormem bem.
eles estão contentes com
a família deles.
com a vida.

eles são imperturbáveis
e freqüentemente se sentem
muito bem.
e quando eles morrem
é uma morte fácil, normalmente durante o
sono.

pode não acreditar nisto
mas tais pessoas existem.
mas eu não sou nenhum deles.

oh não, eu não sou nenhum deles,
eu não estou nem mesmo próximo
para ser um deles.

mas eles
estão lá ...e eu estou aqui."

Bukowski

quinta-feira, fevereiro 26, 2009

ciranda

fui convidado por Bela a participar de uma corrente...não sou fã de correntes mas entendi que fazia sentido participar...talvez por não fazer sentido...ou para me aproximar dela, que está longe, e de outros queridos. A tarefa é: lançar mão do livro mais próximo, abrir na página 161, copiar a quinta frase completa no blog, convidar mas 5 pessoas para fazerem o mesmo. Eis que surge a questão: qual a quinta frase completa? não sei se estou confundindo frase, oração, período...preciso de aulas de português...Tony, meu lindo, cadê vc?...o livro em questão é " Os 100 melhores contos de crime e mistério da literatura universal" organizado por Flávio Moreira da Costa....na págia 161 um conto de Honoré de Balzac "Um episódio em pleno terror". Vamos ao trecho...

"a manta de forma antiga e de seda violeta na qual a velha senhora se envolvia"

mais uma interjeição deslocada e vã

sábado, fevereiro 21, 2009

informe

eu também quero
muito!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

terça-feira, fevereiro 17, 2009

pílula de sabedoria "momesca"


"já é carnaval cidade /acorda pra ver /a chuva passou cidade /e o sol vem aê /brincar de menina /fazendo menino /é mar de verão /é luar de dia /ô cidade louca /quero viver /quero viver ô /é na delícia /é na delícia /quero gozar /quero gozar /é na delícia /é na delícia..."

terça-feira, fevereiro 10, 2009

pílula de sabedoria "platônica"

um querido acabou de me dizer isso...e eu achei pertinente
"somente o amor que nunca se concretiza pode ser, de fato, romântico"

segunda-feira, janeiro 26, 2009

limite

importante observar:
se ele tem cara de cerca e você de rês...
se ele é chão que vai terminando até começar tudo outra vez....
se ele é só o que o transbordar desconsidera...

quarta-feira, janeiro 21, 2009

talvez uma ova!!!!!!!!!!!!

31 anos
28 dentes
noves fora 5
a conta é minha e eu faço como eu quiser

quarta-feira, janeiro 14, 2009

pacto com o dentista!!!!!!!!!!!!!!!!!!!


talvez eu perca os sisos...
talvez o resto de juízo....
perto do carnaval isso pode não ser uma má ideia ....

apesar dos pontos
rsrsrsrsrsrsr


"não confio em ninguém com mais de 30
não confio em ninguém com 32 dentes"
Branco Mello / Marcelo Fromer / Sérgio Britto

sábado, janeiro 10, 2009

sobre o espelho....

"...esse terrível acionador de lembranças dos anos, dos pecados e das loucuras...esse despertador de consciências?!!"

Robert Louis Stevenson
1850-1894/Escócia